
A alimentação na gestação é um dos pilares fundamentais para garantir o desenvolvimento saudável do bebê e a manutenção da saúde da mulher.
Por isso, durante esse período, o corpo da mulher gestante passa por intensas transformações físicas e hormonais, exigindo uma atenção especial de nutrição.
Durante a gestação, as necessidades energéticas e nutricionais da mulher aumentam. Isso não significa “comer por dois”, mas sim comer melhor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que uma nutrição adequada contribui para prevenir partos prematuros, baixo peso do bebê ao nascer, malformações no feto e complicações na gestação como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.
Além disso, estudos demonstram que a alimentação materna influencia a saúde metabólica do bebê a longo prazo, podendo reduzir o risco de obesidade infantil e doenças crônicas.
Portanto, como nutricionista especializada na saúde da mulher, destaco neste artigo os principais cuidados que devem ser tomados na alimentação durante a gravidez — sempre com base científica e orientações individualizadas.
Continue esta importante leitura para saber mais.
O ácido fólico é indispensável nas primeiras semanas de gestação, atuando na formação do tubo neural do bebê. A recomendação é iniciar a suplementação ainda na fase de planejamento da gravidez e mantê-la no primeiro trimestre.
Fontes alimentares: vegetais verde-escuros (espinafre, couve), leguminosas (feijão, lentilha) e cereais fortificados.
Suplementação recomendada: 400 mcg/dia, conforme diretrizes do Ministério da Saúde.
Ferro
O ferro é necessário para a formação dos glóbulos vermelhos, prevenindo a anemia ferropriva, comum entre gestantes. A carência desse nutriente pode causar fadiga, partos prematuros e desenvolvimento fetal inadequado.
Fontes: carnes vermelhas magras, feijão, lentilha, vegetais escuros.
Dica: consumir com alimentos ricos em vitamina C (como laranja e acerola) para aumentar a absorção.
Esses nutrientes são fundamentais para o desenvolvimento ósseo do feto e a manutenção da saúde óssea da gestante. A deficiência de vitamina D, especialmente, tem sido associada a maior risco de pré-eclâmpsia e baixo peso ao nascer.
Fontes de cálcio: leite e derivados, tofu, vegetais verde-escuros.
Fontes de vitamina D: exposição solar e alimentos como salmão, gema de ovo e cogumelos. A suplementação pode ser necessária em alguns casos.
O ácido docosahexaenoico (DHA), presente nos peixes de água fria, é essencial para o desenvolvimento neurológico e visual do bebê. Alguns estudos apontam que a ingestão adequada pode contribuir para maior cognição e menor risco de depressão pós-parto.
Fontes: salmão, sardinha, atum (em moderação, por conta do mercúrio).
Alguns suplementos de DHA específicos para gestantes podem ser indicados.
Alguns alimentos oferecem riscos à saúde da gestante e do bebê. Descubra os principais:
Carnes, peixes e ovos crus ou mal cozidos: risco de contaminação por toxoplasmose e salmonella.
Leites e queijos não pasteurizados: podem conter a bactéria Listeria que é perigosa para o feto.
Cafeína em excesso: pode aumentar o risco de aborto e baixo peso do bebê ao nascer. O ideal é limitar a 200 mg por dia (cerca de duas xícaras de café).
Peixes com alto teor de mercúrio: peixe-espada, tubarão e cavala. Prefira aqueles com baixo teor, como salmão e tilápia.
Ultra processados: ricos em sódio, gorduras trans e aditivos químicos, que devem ser evitados.
Primeiro trimestre: foco na suplementação de ácido fólico e controle de náuseas. Fracionar as refeições e evitar o jejum prolongado ajuda a amenizar os enjoos.
Segundo trimestre: aumento do apetite e das necessidades de ferro e cálcio. Aqui é importante equilibrar carboidratos complexos e proteínas magras.
Terceiro trimestre: atenção ao ganho de peso e controle glicêmico. Os inchaços são comuns e, por isso, consumir alimentos ricos em potássio e manter uma boa hidratação ajuda.
Cada gestação é única e a atuação de uma nutricionista especializada na saúde da mulher é essencial para personalizar o plano alimentar de acordo com as necessidades nutricionais, sintomas (como enjoos e constipação), patologias preexistentes (como diabetes ou obesidade) e o estilo de vida da gestante.
Além disso, a educação alimentar durante a gravidez é um momento para promover hábitos saudáveis que se estendam ao puerpério e à introdução alimentar do bebê.
Dessa maneira, uma alimentação balanceada na gravidez é uma atitude poderosa para garantir saúde à mãe e ao bebê.
Lembre-se: a gestação não é momento para dietas restritivas ou modismos alimentares. É hora de cuidar, nutrir e preparar o corpo para uma nova vida.
Caso queira ter um acompanhamento nutricional durante a gestação, agende uma consulta conosco.
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