Entenda a importância da saúde hormonal para as mulheres 50+

Entenda a importância da saúde hormonal para as mulheres 50+

Aos cinquenta anos, muitas mulheres experimentam mudanças intensas no corpo, nem sempre evidentes, mas profundas, principalmente no que diz respeito à saúde hormonal. Assim, ignorar essas transformações é um risco, pois, hormônios como estrogênio, progesterona e testosterona continuam sendo peças-chaves para o equilíbrio físico, mental e metabólico.

Portanto, vamos explorar a seguir por que a saúde hormonal é tão importante para as mulheres 50+, quais os principais desafios e como buscar um caminho equilibrado e seguro.

A transição hormonal: do climatério à pós-menopausa

A partir dos 45–50 anos, muitas mulheres entram no climatério, que é uma fase de transição que antecede a menopausa e perdura até depois da cessação menstrual definitiva. Durante esse período, os ovários diminuem gradualmente a produção de estrogênio e progesterona, o que desencadeia uma cascata de efeitos físicos e metabólicos.

Mundialmente, as mulheres com 50 anos ou mais já representam cerca de 26 % de toda a população feminina, e esse número cresce com o envelhecimento demográfico. No Brasil, estima-se que aproximadamente 30 milhões de mulheres estejam vivendo na faixa etária do climatério ou menopausa. Mas, ainda assim, o diálogo e o cuidado com essa fase são insuficientes.

Também foi observado que a idade média em que as brasileiras entram em menopausa é cerca de 48 anos, com início das alterações hormonais já por volta dos 46 anos.

Estudos mostram que as manifestações associadas ao climatério e à menopausa são diversas: fogachos, sudorese noturna, insônia, alterações de humor, ressecamento vaginal, diminuição da libido, ganho de peso e dificuldades cognitivas.

Por que cuidar dos hormônios aos 50+ é essencial

1. Qualidade de vida e alívio de sintomas

Os sintomas hormonais que afligem muitas mulheres na faixa dos 50+, como ondas de calor, alterações no sono, labilidade emocional e dificuldades cognitivas não são “inevitáveis” a ponto de ter que suportar tudo sem uma intervenção.

Nesse sentido, a terapia hormonal, quando bem indicada, continua sendo o tratamento mais eficaz para aliviar sintomas vasomotores (fogachos), já que melhora a lubrificação vaginal e a função sexual, além de favorecer o bem-estar geral.

Em um artigo recente, a terapia hormonal foi apontada como o método mais eficaz para mulheres no climatério e pós-menopausa que sofrem sintomas importantes.

2. Saúde óssea e risco de osteoporose

A queda nos hormônios ovarianos, sobretudo do estrogênio, está intimamente ligada à perda de massa óssea, o que deixa as mulheres pós-menopausa mais suscetíveis à osteoporose. A terapia hormonal pode ajudar a preservar a densidade mineral óssea, especialmente se iniciada dentro de uma “janela de oportunidade”, ou seja, até cerca de 10 anos após o início da menopausa.

3. Saúde cardiovascular, metabólica e risco crônico

As alterações hormonais da menopausa afetam não apenas os ossos, mas também a saúde cardiovascular, o metabolismo e o risco de doenças crônicas. Pois, a redução do estrogênio está associada ao aumento da resistência à insulina, bem como predisposição ao ganho de gordura abdominal e o agravamento do perfil lipídico.

Em termos cardiovasculares, dados de estudos sugerem que, para mulheres que iniciam a terapia hormonal entre 50 e 59 anos, os riscos podem ser moderados ou até reduzidos, desde que os protocolos sejam bem escolhidos.

4. Saúde mental e função cognitiva

As mudanças hormonais também interagem com neurotransmissores essenciais, como serotonina, dopamina e noradrenalina, podendo desencadear maior vulnerabilidade a sintomas depressivos, alterações de humor e lapsos de memória. Por isso, o manejo hormonal adequado e o estilo de vida são fatores que podem modular esse impacto.

Barreiras, mitos e realidades no Brasil

Apesar da relevância da saúde hormonal para as mulheres 50+, existem barreiras culturais que dificultam o acesso ao cuidado adequado. No Brasil, estima-se que apenas cerca de 19,5 % das mulheres já utilizaram ou utilizam terapia hormonal no contexto do SUS.

Outra fonte aponta que, em taxas gerais, apenas 22 % das mulheres brasileiras realizam terapia hormonal. Há também estudos que indicam que apenas metade das mulheres em menopausa fazem algum tipo de tratamento, pois muitos não recebem diagnóstico ou orientação adequada.

Além disso, há alguns tabus: tratamentos hormonais carregam estigmas e receios — como, por exemplo, risco de câncer — muitas vezes deixados sem contextualização. Portanto, é importante lembrar que grandes estudos, como o Million Women Study e a Women’s Health Initiative, evidenciaram que os riscos e benefícios da reposição hormonal dependem do tipo de hormônio, da via de administração, da idade de início e do perfil individual de saúde.

Dessa maneira, essas nuances tornam fundamental a avaliação individualizada pelo especialista.

Como cuidar da saúde hormonal de forma segura e consciente

O caminho ideal para uma saúde hormonal equilibrada envolve uma soma de abordagens, e nunca apenas uma pílula mágica. Assim, o primeiro passo é o diagnóstico e mapeamento hormonal, feito por um profissional qualificado.

A partir daí, avalia-se a viabilidade da terapia hormonal, considerando fatores como o histórico familiar, os riscos cardiovasculares, osteoporose, cânceres e estilo de vida.

Além disso, alguns pilares aliados são a alimentação adequada, rica em nutrientes que apoiam o equilíbrio hormonal, prática regular de atividade física, controle do estresse, sono de qualidade e controle de peso. Essas intervenções não substituem, mas potencializam, os benefícios do manejo hormonal.

Vale destacar que a terapia hormonal não é “obrigatória” para todas, pois para mulheres com contraindicações ou que optem por outras vias, existem terapias não hormonais e abordagens complementares que podem ser integradas ao plano terapêutico.

Por fim, se você está vivendo essa fase e quer um apoio especializado para cuidar da sua saúde hormonal de forma segura, personalizada e consciente, agende uma consulta comigo. Juntas, vamos construir um plano nutricional integrado, que respeita o seu corpo, os seus hormônios e o seu estilo de vida.

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